Maio roxo: conscientização às doenças inflamatórias intestinais

Segundo dados do Grupo de Estudos da Doença Inflamatória do Brasil (GEDIIB), no Brasil, 13,25 em cada 100 mil habitantes sofrem de DII – Doenças Inflamatórias Intestinais. A Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) alerta que, apesar de não terem cura, quando tratadas adequadamente, há melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes e no controle terapêutico, diminuindo-se o índice de complicações.
Desses atingidos com as DIIs, 53,83% têm doença de Crohn e 46,16% retocolite ulcerativa. Entre os sintomas mais comuns das doenças inflamatórias intestinais estão diarreia (com pus, muco ou sangue), cólicas, gases, fraqueza, perda de apetite e febre. “São patologias que afetam particularmente uma população jovem, entre 15 e 30 anos de idade, podendo causar danos severos e até morte. Se diagnosticadas e tratadas precocemente apresentam um índice de controle muito superior, por isso a importância da conscientização e do diagnóstico”, ressalta o médico do HUOP (Hospital Universitário do Oeste do Paraná), André Pereira Westphalen.
Por isso, evidencia-se a necessidade de conscientização e informação quanto essas doenças. O diagnóstico pode mudar totalmente a vida de quem sofre com essas DIIs, pois esses pacientes possuem maior risco de câncer colorretal em relação à população sem a doença. A colonoscopia é um dos métodos de diagnóstico e tratamento de lesões potencialmente cancerosas relacionadas às doenças.
Cascavel e região apresentam numerosos casos da doença, sendo que podem ser tratadas pelo SUS, inclusive com medicamentos modernos e de alta tecnologia sem qualquer custo. O ambulatório de Coloproctologia do HUOP, coordenado pelo Coloproctologista André Pereira Westphalen, é referência no tratamento destes pacientes e tem seu acesso por meio do encaminhamento das Unidades Básicas de Saúde.
Inclusive, em dezembro do ano passado, o HUOP realizou um mutirão de exames de colonoscopia visando o diagnóstico precoce das DIIs. “Pacientes jovens, com diarreia que não melhora, sangramento e secreção constante, lesões na região anal devem ser informados que pode se tratar de Doença Inflamatória Intestinal e serem encaminhados para atendimento especializado”, esclarece o médico André.
As DIIs
Ainda sem causa comprovada, as doenças inflamatórias intestinais (DII) podem estar ligadas a fatores hereditários e imunológicos, podendo ser agravadas pelos hábitos de vida. Dentre estas, explicamos as mais recorrentes:
Doença de Crohn: A doença de Crohn pode se manifestar em qualquer parte do tubo digestivo (da boca ao ânus), sendo mais comum no final do intestino delgado e do grosso. Entre os sintomas principais estão diarreia, sangue nas fezes, anemia, dor no abdome, perda de peso e febre. Mais raramente há estomatites (inflamações na boca). Também pode atingir pele, articulações, olhos, fígado e vasos. A doença mescla crises agudas recorrentes, leves a graves, e períodos de ausência de sintomas.
Retocolite Ulcerativa:A retocolite ulcerativa inespecífica caracteriza-se por inflamação da mucosa do intestino grosso, apresentando diarreia crônica com sangue e anemia. O reto quase sempre está afetado, sendo às vezes o único segmento. Não há lesões no intestino delgado, o que constitui característica da doença, muitas vezes sendo o fator primordial para diferenciá-la da doença de Crohn. A inflamação pode vir a se tornar muito grave, com hemorragias maciças e perfuração intestinal, necessitando de cirurgias de urgência.
Ambulatório de Coloproctologia
No HUOP, os atendimentos dedicados à essa área são as sextas-feiras de manhã. O ambulatório de coloproctologia atende diferentes casos relacionados à coloproctologia, incluindo pacientes que tenham alguma DII.
“O paciente que tem os sintomas vai ao Sistema Único de Saúde (SUS), possivelmente desconfiado de alguma doença inflamatória intestinal e então ele é direcionado ao serviço de referência, que nessa região é o Huop. Então, para a primeira consulta é necessário o encaminhamento da rede básica de saúde e, após isso, os exames são realizados”, explica a residente no ambulatório de coloproctologia, Daniele Rezende Ximenes.
Texto: Amanda Alves
Foto: Arquivo Unioeste