Unioeste obtém nova patente de inovação tecnológica
A Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), por meio do Nucleo de Inovações Tecnológicas (NIT), obteve mais uma patente resultado do projeto Pró-Natureza Limpa para o desenvolvimento de soluções tecnológicas para a industrialização de resíduos provenientes de diversas fontes. A Carta Patente foi concedida ao “Filtro Modular para Tratamento de Poluentes Gasosos Dotado de Desistema de Troca de Meio Filtrante” conferida pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) do Brasil. A outorga tem validade 15 anos.
A patente foi resultado de uma parceria Universidade-Empresa, nos moldes da Lei de Inovação 10973 celebrado entre a Empresa Fabril Indústria e Comércio de Farinha Ltda e a Unioeste. Os envolvidos nesse resultado foram os inventores: Camilo Freddy Mendoza Morejon (Coordenador do projeto); Andy Svimael Saavedra Mendoza (Desenhista) e Jeferson alexandre dos santos bosa (Representante técnico da Empresa FABRIL LTDA.
Como mais uma ferramenta no controle de gases poluentes da indústria, o invento contribui para a saúde ambiental, sendo uma solução tecnológica com eficiência comprovada na depuração dos gases odoríficos de indústrias, que atinge compromete a qualidade de vida da população e preocupa autoridades de todo o Mundo.
Este projeto está inserido dentro do GPINOVA (Grupo de pesquisa em inovações tecnológicas para o desenvolvimento territorial Inovador), do programa de Pós-Graduação em Engenharia Química da Unioeste/Campus de Toledo, sob a coordenação do Prof. Camilo. Do ponto de vista legal, por meio da concessão da carta patente, a Unioeste passa a deter a propriedade intelectual do produto tecnológico em questão.
Na parceria Universidade-Empresa, 100% do investimento tangível foi executado pela Empresa FABRIL LTDA, a Unioeste entrou com o capital intelectual (com pesquisador Produtividade CNPq- DT nível 1D) e com a infraestrutura laboratorial. “Como toda patente, o início começa a partir de uma ideia, que perpassa por todas as fases do experimento científico até ser validado como uma inovação”.
Segundo o professor, a pesquisa compreende no desenvolvimento de soluções tecnológicas inovadoras para o tratamento e também para a industrialização de resíduos sólidos, líquidos e gasosos provenientes de diversas fontes.”, explica o coordenador da pesquisa.
Morejon elucida, ainda, que a referida pesquisa resultou em várias patentes, sendo uma delas a Carta patente correspondente ao filtro modular para tratamento de poluentes gasosos (tratamento e aproveitamento de resíduos gasosos com mau cheiro, principalmente das graxarias e demais indústrias que tenham problemas com odores).
Reflexos positivos
Receber a Carta Patente é um dos estágios desejados pela maior parte dos pesquisadores, pois valida a Universidade como transformadora do conhecimento científico em soluções tecnológicas para o setor industrial e a sociedade, trazendo inúmeros benefícios. Por exemplo, do ponto de vista econômico o produto pode ser inserido no mercado (via transferência ou licenciamento de tecnologia nos moldes da Lei de Inovação) e a partir dessa fase, a Universidade pode receber os Royalties da patente.
Com a concessão da patente, a Unioeste vislumbra uma nova forma de captação de recursos e financiamentos para as pesquisas aplicadas no âmbito da universidade. “Esse é um dos principais desafios da Lei de Inovação, de concretizar o retorno do investimento em Ciência, Tecnologia e Inovação por meio da inserção no mercado dos resultados da atividade intelectual desenvolvidas nas universidades”, destaca o professor.
Quanto ao impacto social, o pesquisador relata que as patentes desenvolvidas nas universidades podem ser responsáveis pela geração de emprego e renda a partir dos modelos de negócios que podem surgir tanto na fabricação dos equipamentos quanto na instalação e também na operação e manutenção dos equipamentos nas indústrias.
No âmbito ambiental, as soluções tecnológicas desenvolvidas nas Universidades podem mitigar os problemas ambientais e, principalmente transformar aos resíduos, que na atualidade são sinônimos de problema e fatores de custo em oportunidades para a geração de modelos de negócios nos moldes da economia circular por meio do tratamento e a industrialização dos resíduos.
O pesquisador diz, ainda, que “do ponto de vista geral, com estes tipos de trabalhos se demonstra o papel estratégico das universidades para o desenvolvimento territorial inovador por meio da formação de profissionais com visão inovadora, bem como pela realização de pesquisas que resultem em produtos, processos e tecnologias inovadoras com a inserção dos resultados da atividade intelectual das universidades no mercado e na sociedade”.
O caminho da pesquisa
Os pesquisadores Camilo freddy mendoza morejon (Coordenador do Projeto); Andy Avimael Saavedra Mendoza (Desenhista) e Jeferson Alexandre dos Santos Bosa (Representante Técnico da Empresa Fabril Ltda) explicam que essa patente passou por todas as etapas que compreende a inovação. Dentre elas estão: a identificação do problema/oportunidade, o acolhimento do desafio na pesquisa, o desenvolvimento da solução tecnológica, a prototipagem da solução tecnologia para a prova de conceito, a proteção intelectual, a transferência de tecnologia e a comprovação dos resultados na condição real de operação.
Até o momento, somente o GPINOVA da Unioeste, acumula 40 depósitos de patente, 2 patentes internacionais e, agora, 14 cartas patente. A maioria das patentes com reconhecimentos obtidos nas feiras de inovação nacional e Internacional envolvendo a transferência de tecnologia. Os resultados da atividade intelectual da UNIOESTE contribuindo com o desenvolvimento tecnológico e de inovação do Brasil.
O professor Camilo Morejon mencionou que ”O nosso desafio é propiciar a inserção do produto em outras unidades indústrias que demandem soluções tecnológicas para a solucionar os problemas decorrentes da geração de maus odores.” E que com essa patente, a Unioeste detém a expectativa do retorno por meio do Royalties decorrentes dos processos de transferência e/ou licenciamento de tecnologias para o setor industrial. Para tanto as universidades precisariam otimizar os seus Sistema de Inovação que ainda não estão preparado para esse cenário. (MV).
Por: Mara Vitorino