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Unioeste: Professora compara experiências de perda pela COVID no Brasil e nos Estados Unidos

A professora Andreia Vicente da Silva da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e Sarah Wagner, professora de antropologia na George Washington University, apresentaram um trabalho conjunto na 5ª Conferência Internacional Interdisciplinar "Memória, Afetos e Emoções".


A professora passou a participar do Rituals in the Making, que é um projeto de pesquisa da George Washington University, durante o primeiro ano da pandemia, quando estudiosos da equipe de pesquisa DeathTech, sediada na Universidade de Melbourne, realizaram uma série de contato com acadêmicos que pesquisam práticas relacionadas à morte pela COVID.


Vários desses estudiosos, incluindo Andreia, participaram de um painel (e mesa-redonda associada) na reunião anual da Associação Americana de Antropologia em novembro de 2021, intitulado "Tempo de Morte: Disrupção e Regeneração durante a pandemia de COVID-19", organizado por Richard Grinker (GWU) e Hannah Harewood Gould (Universidade de Melbourne).


Dois anos depois, a professora Andreia e Sarah se uniram para apresentar algumas descobertas preliminares dos respectivos projetos. “Nosso trabalho, intitulado "Rituais e Memória para Mortes Injustas: A Força Afetiva da Perda pela COVID no Brasil e nos Estados Unidos", analisou os efeitos dos rituais interrompidos na saúde mental dos enlutados e em suas práticas comemorativas. Estávamos interessados em explorar a interação entre a raiva e a tristeza como forças afetivas que moldam o luto e a memória”, relatou Sarah.

O Brasil e os Estados Unidos são os dois países com as maiores taxas de mortalidade do mundo (mais de 700.000 e 1.130.000, respectivamente, até abril de 2023). Em ambos os países, os ritos de luto abreviados impostos pela pandemia geraram emoções negativas intensas, incluindo tristeza e raiva.

No evento, Andreia explicou como no Brasil, os enlutados que sofreram perdas durante a primeira fase da pandemia de COVID-19 em 2020 descrevem uma experiência funerária repleta de solidão, tristeza e impotência. Ela conduziu extensas entrevistas nas cidades de Toledo, Paraná, e Magé, Rio de Janeiro. Nessas conversas, ela explicou, os enlutados frequentemente relatam os processos de perder os pais para a COVID em termos marcantes de impossibilidade - a impossibilidade de cuidar e proteger os doentes, e de preparar e homenagear os mortos.

Já Sarah discutiu como nos Estados Unidos, a raiva em relação às condições percebidas de morte injusta e à falta de reconhecimento coletivo da perda tem moldado a comemoração da COVID desde os primeiros meses da pandemia. “Apresentei exemplos do projeto "In America: Remember" e do podcast "For Those We Lost" para ilustrar algumas das dinâmicas afetivas, especialmente a raiva e o luto, impulsionando iniciativas de memorização em âmbito local e nacional”.

Para a professora Andreia, divulgar o trabalho da Unioeste dentro e fora do país é muito importante e contribui com a população. “É um trabalho que contribui para melhorar a vida das pessoas e que se soma a muitos outros esforços internacionais para compreender o que vivenciamos durante a pandemia”.

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