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Unioeste celebra Dia Internacional dos Povos Indígenas

Nesta data que celebramos o Dia Internacional dos Povos Indígenas a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), que há anos vem investindo na inserção da comunidade indígena nos cursos oferecidos em seus cinco campi, lembra da importância de se estimular a permanência e a formação desses acadêmicos na Instituição para que possam levar os seus conhecimentos até suas comunidades. 

Atualmente a Unioeste conta com 35 alunos indígenas matriculados nos Campi de Cascavel, Francisco Beltrão, Foz do Iguaçu e Marechal Cândido Rondon. Até o ano de 2022, formaram na Universidade 11 indígenas.

Os acadêmicos indígenas matriculados e com frequência regular, conforme resolução nº 023/2016-SETI, recebem atualmente auxílio permanência mensal no valor de R$ 1.125,00 custeado pelo Governo do Estado. Para aqueles que comprovarem ter sob sua guarda filho(s) menores é acrescido 50% a esse valor.

Anualmente a Pró-Reitoria de Graduação da Unioeste disponibiliza ainda quinze bolsas do Programa de Monitorias específicas para o acompanhamento destes alunos, no valor de R$ 700,00 onde os acadêmicos (que podem ser indígenas ou não) atendem os alunos indígenas matriculados. “Este acompanhamento tem como objetivo melhorar as condições de permanência destes acadêmicos nos cursos de graduação devido dificuldades étnico-culturais e linguísticas, e consequentemente dificuldades de relacionamento social, considerando suas concepções de organização de aldeamento, diferente da lógica urbana”, explica Elenise.

O reitor da Unioeste, professor Alexandre Webber, comentou ser fundamental a política do Estado do Paraná de inclusão da comunidade indígena nas universidades públicas que faz transformação e principalmente a formação dessas pessoas que depois podem voltar e atuar nas suas comunidades. “Gostaria de parabenizar todos os indígenas acadêmicos que fazem parte da Unioeste é um prazer tê-los. Essa política é fundamental para uma sociedade que precisa valorizar aqueles que chegaram primeiro aqui e é um privilégio para Unioeste tê-los conosco. Espero que eles façam a transformação necessária e voltem para suas comunidades levando o conhecimento adquirido na nossa Universidade”, enfatizou.

A índigena Kaingang da Terra Indígena de Mangueirinha, Danieli Neris, 30 anos, cursa o último ano de Fisioterapia no Campus de Cascavel e conta como é sua vida acadêmica na Unioeste.  A estudante que ingressou na Unioeste por meio do Vestibular dos Povos Indígenas conta que o início foi bastante difícil, pois os conteúdos eram muito diferentes do período que cursou o ensino médio e além da dificuldade da comunicação pois sua alfabetização foi na língua Kaingang. “Entrar no ritmo dos outros alunos foi difícil e a diferença do ensino também foi um complicador. Para me manter em Cascavel também não é fácil além da bolsa tenho que fazer bicos nos finais de semana”, contou.

Mas nenhuma dessas dificuldades parecem desestimular Dani, como é chamada carinhosamente pelos amigos, pois o apoio do corpo docente do curso tem sido fundamental no seu processo de aprendizado. “Os professores sempre me apoiaram. Tiveram que explicar mais de uma vez para eu aprender os conteúdos, pois o entendimento da língua, meu idioma é Kaingang, é o que dificulta a comunicação. Mas nesta terça-feira fiz meu primeiro atendimento no Hospital Universitário e me senti livre e independente para mostrar para o meu paciente o que aprendi na Unioeste”, salientou ela informando ainda que após se formar pretende prestar concurso dentro da Aldeia e atuar junto a sua comunidade. “Eu quero voltar para lá”.

Vestibular

A partir da publicação da Lei Estadual nº 13.134/2001, modificada pela Lei Estadual nº 14.995/2006, sobre a reserva de vagas suplementares para indígenas nas Universidades Estaduais Paranaenses, a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior - SETI delegou competência às Universidades para que organizem o Vestibular dos Povos Indígenas no Paraná.

As Universidades Estaduais do Paraná e a Universidade Federal do Paraná (UFPR), por meio da Comissão Universidade para os Indígenas - CUIA, realizam anualmente o Vestibular dos Povos Indígenas, para ingresso nos cursos de graduação das universidades estaduais do Paraná, que oferecem, respectivamente, em cada uma delas, seis vagas suplementares àquelas ofertadas em seus processos seletivos regulares, exclusivamente para os indígenas integrantes das sociedades indígenas do Paraná, e nos cursos de graduação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que oferece dez vagas suplementares àquelas ofertadas em seus processos seletivos regulares, exclusivamente para os indígenas integrantes das sociedades indígenas do Brasil.

O Vestibular é realizado em sistema de rodízio, onde, a cada ano, uma das IES é escolhida para coordenar o certame, que é aplicado de forma descentralizada, em Polos.  Ao inscrever-se o indígena escolhe a IES e em sendo aprovado escolhe o curso no ato da matrícula. O processo ocorre em dois dias, sendo um deles para a prova oral e o outro para as provas objetivas.

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