Unioeste: Dissertação revela os desafios do ensino às crianças venezuelanas

No dia 12 de junho de 2024, foi defendida no Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Educação Matemática (PPGECEM), campus de Cascavel da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), a dissertação intitulada "Manifestações de imigrantes venezuelanos de 4º e 5º anos do ensino fundamental no contexto de práticas associadas ao ensino e a aprendizagem matemática", de autoria de aluna Gabrielli Monteiro de Oliveira, que atua como professora da rede municipal de educação infantil em Cascavel, sob orientação da professora Drª. Dulcyene Maria Ribeira.

A pesquisa voltou atenção ao número de crianças imigrantes matriculadas na rede de educação do município de Cascavel, como mostra o gráfico, segundo dados da Secretaria Municipal de Educação relativos ao ano de 2022.

Com o objetivo de investigar práticas associadas ao ensino e à aprendizagem da matemática que os estudantes imigrantes venezuelanos manifestam viver na escolarização brasileira e venezuelana, o trabalho acabou revelando vários outros aspectos que influenciam diretamente nos processos de ensino e aprendizagem. Entre esses aspectos está o desafio linguístico devido à falta de preparo da escola e dos professores para lidar com imigrantes cuja língua materna é o espanhol. O domínio ou não do idioma do imigrante pela comunidade escolar determina como se dará o acolhimento no ambiente escolar por parte dos dirigentes, professores e estudantes brasileiros para com os estudantes imigrantes venezuelanos.

Dada a significativa presença de imigrantes de diversas nacionalidades, é fundamental oferecer oportunidades para que os nacionais compreendam e valorizem as experiências e desafios enfrentados pelos imigrantes. Gabrielli ressalta que “No processo educacional é importante que as diferenças culturais sejam todas respeitadas e, mais do que isso, que a diversidade cultural seja tomada como impulsionador de ações a serem desenvolvidas nas escolas que valorizem a cultura do imigrante, bem como a do país de acolhimento, como um dia da família em que imigrantes e brasileiros possam compartilhar sua culinária, suas músicas, suas danças, seus costumes”.

Assim, é urgente que o município de Cascavel, e as escolas brasileiras de modo geral, considerem a diversidade cultural e o processo migratório presente e, uma das formas de fazer isso, é por meio de ações culturais e programas de conscientização. Além disso, é essencial que sejam disponibilizados, de forma gratuita, cursos de idiomas para os professores e demais profissionais que atuam nas escolas, garantindo que haja profissionais aptos para ensinar em línguas estrangeiras, como o espanhol, porque não basta ter leis que garantam os direitos aos imigrantes, é preciso ações que permitam que o que está preconizado nas leis realmente seja efetivado.