Paraná lança Rede de Clubes de Ciências em parceria com a Unioeste
A Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e outras instituições de ensino público no Estado, em parceria com o Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI) Paraná Faz Ciência organizam uma Rede de Clubes de Ciências em escolas de Educação Básica da Rede Estadual de Ensino do Paraná. O projeto concretiza-se por meio do financiamento da Fundação Araucária em parceria com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e a Secretaria de Estado da Educação (SEED). As entidades lançaram neste mês, o edital para a criação da Rede de Clubes Paraná Faz Ciência e seleção dos clubes de ciências participantes.
A Rede de Clubes vai implementar ações que ajudem a consolidar conceitos científicos tratados em sala de aula. A meta é contribuir com a formação pessoal e social dos participantes, ajudando-os a fazerem escolhas e intervenções conscientes e pautadas nos princípios da sustentabilidade e do bem comum. Nessa dinâmica, o protagonismo do estudante é incentivado, assim como há o aprimoramento das práticas docentes.
“A ideia é a construção de ambientes onde estudantes possam mergulhar no contexto científico e tecnológico, aproximando a ciência da vida cotidiana. A iniciativa quer proporcionar a crianças e adolescentes um novo olhar sobre o mundo que os cerca, trazendo o pertencimento ao mundo da ciência”, explica uma das articuladoras do NAPI, a professora da Universidade Estadual de Maringá (UEM), e assessora da Fundação Araucária, Débora Sant’ Ana.
Para a professora do curso de Ciências Biológicas da Unioeste, campus Cascavel, e articuladora do projeto na universidade, Fernanda Aparecida Meglhioratti, a instituição atuará nos processos de formação de professores. “Oferecendo orientações pedagógicas para o funcionamento dos clubes de ciências dos núcleos de Educação de Cascavel, Toledo, Assis Chateaubriand e Goioerê. Em relação à Unioeste, temos eu e as professoras doutoras Dulce Maria Strieder e Olga Maria Schimidt Ritter atuando na Rede de Clubes de Ciências”, comenta.
Interação
Um fator de destaque no caminho da execução das ações da Rede de Clubes Paraná Faz Ciência é a articulação das escolas de Educação Básica com centros de desenvolvimento de pesquisa, conceito inspirado na Rede Ciência Viva de Portugal, que atualmente envolve cerca de 900 clubes e mais de 700 mil estudantes organizados em uma rede nacional.
Inspirada no modelo português, mas com características e identidade próprias, a Rede de Clubes Paraná Faz Ciência tem como atores, além da Fundação Araucária e a SETI, as escolas públicas vinculadas à SEED-PR, as Instituições de Ensino Superior (IES) e as demais instituições integrantes do NAPI Paraná Faz Ciência.
O presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig, destacou que o cientista precisa ter método, porque fazer ciência é um processo. “A formação dos cientistas precisa começar na infância, porque leva tempo para que eles amadureçam. Por isso, não podemos perder de vida a educação básica. Aumentando a literacia científica das nossas crianças poderemos chegar, em 2035, a contar com 40 mil doutores no Paraná, que é a nossa meta. Desta forma, contribuiremos para fortalecer o nosso sistema de ciência e tecnologia, que nos permite resolver problemas atuais e, principalmente, futuros. Essas crianças são o futuro”, apostou o gestor, que está investindo R$ 23,5 milhões na criação da Rede.
Os Clubes de Ciências, vão se constituir como novos espaços de trabalho colaborativo, amplificando a alfabetização científica e tecnológica dos estudantes das escolas da Rede Estadual de Ensino do Paraná e habilitando esses jovens para desenvolver a ampla cidadania. Assim, outro ponto importante do projeto é a possibilidade de ajuda para ampliar as atividades consolidadas de Ciência Cidadã, propostas e executadas pelo Programa Interinstitucional de Ciência Cidadã na Escola (PICCE), também vinculado ao NAPI Paraná mais Ciência.
Lançamento
O projeto-piloto da Rede Clubes Paraná Faz Ciência, lançado no dia (04) de julho, prevê a criação de 200 Clubes, em 2024. Serão cerca de 100 escolas de tempo integral em que o clube se integra à matriz curricular, em um total de 2h semanais. As demais 100 escolas serão selecionadas entre as que adotam os clubes em contraturno e, neste caso, a dedicação esperada é de 3h semanais.
As etapas de implementação incluem: a seleção das escolas/docentes por meio de edital próprio lançado pela SEED; cadastro na plataforma da Rede Paraná Faz Ciência; formação pedagógica dos envolvidos utilizando os ambientes virtuais da Universidade Virtual do Paraná (UVPR).
Cada Clube de Ciências será constituído a partir de um regimento geral, que deve ser seguido pelos seus atores: coordenador, professores colaboradores e clubistas. Na dinâmica das atividades, deverá haver periodicidade nos encontros, com a carga horária de acordo com o tipo de escola associada. Caberá às escolas o desenvolvimento das atividades previstas no plano de trabalho apresentado pela Rede Paraná Faz Ciência e das metas apresentadas nos projetos elaborados para concorrer ao edital. Entre as atribuições das escolas está, ainda, a cessão do espaço físico para realização das atividades.
“Neste sentido, a proposta é desenvolver aspectos da prática científica, como a importância do trabalho em grupo, o senso crítico, a resolução de problemas e o processo contínuo do fazer ciência, tornando a educação científica mais significativa”, descreve o outro articulador do projeto, o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Rodrigo Reis.
Um grupo de gestão ainda vai dar sustentação às ações da Rede, apoiando o desenvolvimento de pesquisas locais, com base no reconhecimento da realidade das escolas e regiões, e a participação em feiras de ciências com a apresentação de resultados obtidos em cada clube.
Serviço
Prazo de inscrição: 22 de julho a 9 de agosto
Inscrição: Formulário
Contato:
Site: Clubes Paraná Faz Ciência
Instituições parceiras
Universidade Estadual de Londrina – UEL, Universidade Estadual de Maringá – UEM, Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná – UNICENTRO, Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG, Universidade do Norte do Paraná – UENP, Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR, Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, Universidade Federal do Paraná – UFPR, Universidade Tecnológica Federal do Paraná UTFPR, Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS, Universidade Federal da Integração Latino Americana – UNILA e Instituto Federal do Paraná – IFPR.
Com informações de Paraná Faz Ciência