Unioeste conquista Patente Verde por desenvolver nanopartícula sustentável a partir da folha de bananeira
No ano em que comemora 30 anos, a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) recebeu um reconhecimento inédito do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI): o selo Patente Verde. Este reconhecimento foi concedido após o desenvolvimento de uma nanopartícula sustentável, que pode substituir compostos químicos utilizados em produtos de higiene, limpeza e agricultura. O selo Patente Verde é atribuído a tecnologias focadas em sustentabilidade, energias alternativas, gestão de resíduos e agricultura, entre outras áreas.
“O projeto é fantástico, e a conquista do selo demonstra o compromisso da Unioeste com a sustentabilidade e o meio ambiente. Além disso, com a nova regulamentação do governo estadual, há a possibilidade de parcerias com empresas privadas, oferecendo segurança para que nossos professores avancem em pesquisas”, destacou Alexandre Webber, reitor da Unioeste.
O projeto de produção da nanopartícula verde faz parte do NAPI Biodiversidade RGB e começou há dois anos, no Programa de Pós-graduação em Conservação e Manejo de Recursos Naturais (PPRN). Ele foi desenvolvido no Laboratório de Microbiologia e Biotecnologia (LAMIBI) da Unioeste que faz parte do AgriTech Symbiosis e com a parceria Universidade Estadual de Londrina (UEL). A inovação utiliza a folha de bananeira, associada ao nitrato de prata, resultando em um produto e um processo completamente sustentável, sem agentes químicos que impactem negativamente o meio ambiente.
“Nossa tecnologia surge como alternativa para substituir o triclosan, um composto químico utilizado em sabonetes, pastas de dentes e shampoos”, explicou Fabiana Gisele da Silva Pinto, do curso de Ciências Biológicas - -CCBS e do campus de Cascavel.
O triclosan atua como antisséptico e conservante em cosméticos, podendo ser aplicado em diferentes formas: líquida, em pó ou em gel.
Fabiana destacou que a tecnologia recebeu a Patente Verde por ser eficiente na substituição desse composto químico, com o benefício adicional de ser sustentável. “Nos testes, o produto também apresentou alta eficácia contra bactérias super-resistentes, além de atividade antifúngica, antiviral contra os vírus da herpes e Covid-19”, afirmou a pesquisadora.
A concessão do selo ocorreu após a solicitação de trâmite prioritário junto ao INPI, devido ao caráter sustentável do produto. Segundo Maria da Piedade Araújo, diretora executiva da Agência de Inovação da Unioeste, o pedido de patente foi submetido em 2019 e, em julho deste ano, a solicitação de trâmite prioritário foi formalizada. Em outubro, a Unioeste recebeu oficialmente o selo de Patente Verde.
“Agora, com essa Patente Verde, podemos buscar empresas interessadas em levar essa tecnologia ao mercado. A demanda por soluções sustentáveis é global, e possuir essa patente é um marco de grande relevância para a Unioeste”, afirmou Maria da Piedade. Ela também comemorou a conquista no ano em que a Unioeste celebra seu 30º aniversário, ressaltando o orgulho e a satisfação dessa realização.
Empresas interessadas em conhecer mais sobre a nanopartícula sustentável desenvolvida pela Unioeste podem contatar a Agência de Inovação da universidade.
Participaram o desenvolvimento da nanopartícula verde: Juliana Moço Corrêa, Fabiana Gisele da Silva Pinto, Débora Mariana Bandeira, Gerson Nakazato, Renata Katsuko Takayama Kobayashi, Larissa Valéria Laskoski e Joelma Marques Batista.