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Novembro Roxo: Vencendo a prematuridade no HUOP

Novembro Roxo: Período do ano que todo o mundo se une para discutir e conscientizar sobre a prematuridade. É um momento para lembrar as lutas e vitórias de pequenos guerreiros e guerreiras que nasceram antes do tempo esperado e enfrentaram desafios durante todo o processo hospitalar. Em Cascavel, no Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP), uma história de vida ganha destaque: Miguel Arcanjo de Paula, que nasceu prematuro e hoje, aos dez anos, mostra a força de quem nunca desistiu de lutar.

O Início de uma Luta Desafiadora

Em 2013, o HUOP era um dos poucos hospitais com estrutura adequada para receber bebês prematuros na região. Foi no Hospital que Miguel Arcanjo de Paula nasceu, com apenas 25 semanas de gestação, pesando apenas 745 gramas. Sua mãe, Daniele Gonçalves de Paula, nunca imaginou que enfrentaria um nascimento tão antecipado e um filho lutando pela vida em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.

Daniele recorda o susto ao ouvir do médico que Miguel Arcanjo precisaria nascer antes do tempo. “Fiquei bem preocupada, não tinha muito conhecimento na época sobre prematuridade, ainda mais que ele era muito pequeno e os órgãos não estavam formados”, relembra. O diagnóstico de pré-eclâmpsia a pegou de surpresa, após sete dias internada no HUOP, mas sabia que a saúde de seu filho estava em primeiro lugar. “Estava hipertensa, o que precisou antecipar o parto. O Miguel acabou nascendo bem roxinho, não conseguindo respirar direito, teve várias paradas cardiorrespiratórias e hemorragia intracraniana”, comenta.

Primeiros Dias e a Batalha pela Sobrevivência

O nascimento prematuro Miguel foi seguido por dias de incerteza. Ao invés de voltar para casa como tantas mães, Daniele passou 123 dias indo ao HUOP diariamente, presa a cada progresso e a cada retrocesso do filho. “Pude encostar no Miguel com sete dias de nascimento apenas e pegar no colo só depois de três semanas. Chorei muito, vinha para casa e tinha a sensação de vazio e abandono ao mesmo tempo, por deixar ele lá e não poder trazer”, conta Daniele, emocionada ao relembrar o primeiro contato com Miguel.

Os tubos, os aparelhos e a incubadora tornaram-se parte da rotina de Daniele que descreve como era olhar para o filho sem poder segurá-lo nos braços: “Você só quer pegar, abraçar, acalentar, mas precisa respeitar cada etapa do desenvolvimento dele.”

O ambiente da UTI Neonatal é cheio de contrastes: de um lado, a alta tecnologia para manter os bebês vivos; de outro, a presença dos pais, das mães e dos profissionais da saúde, que humanizam esse período. A equipe médica do Hospital acompanhou cada avanço e dificuldade enfrentados por Miguel e tantas outras crianças. Enfermeiros e médicos tornaram-se parte da família, trazendo um alívio ao transmitirem segurança e esperança em um momento tão desafiador.

Alta Hospitalar e os Primeiros Anos

Após mais de quatro meses de internação, Miguel Arcanjo finalmente recebeu alta e pode ir para casa, um momento marcado por alegria, mas também por uma série de cuidados e desafios. "Foi uma grande emoção, a gente não acreditava que aquilo estava acontecendo, quando Miguel recebeu alta ele estava com 2,520 kg. Tínhamos muito medo ainda de ele dar apneia, por isso ele dormia em cima do meu peito, pois ficava com receio que ele parasse de respirar”, diz.

Entretanto, os cuidados continuaram. Miguel precisou de acompanhamento constante com diversos especialistas. O comprometimento da família e o suporte oferecido pelo HUOP foram essenciais para garantir que Miguel tivesse o apoio necessário para um desenvolvimento saudável.

Hoje, um menino cheio de vida

Dez anos depois, é difícil imaginar que Miguel enfrentou uma batalha pela vida. Com personalidade marcante e sonhos únicos, ele é exemplo de que a prematuridade pode ser superada. Miguel adora brincar e atualmente é aluno da Associação Cascavelense de Amigos de Surdos (ACAS).

Para Daniele, a trajetória de Miguel é um testemunho da força de seu filho. "Ele passou por tanto e, mesmo assim, é uma criança alegre, carinhosa e educada. Acho que todo o desafio que ele enfrentou o tornou ainda mais forte”.

Apesar de saudável, Miguel Arcanjo ainda carrega marcas dos meses na UTI. Ele é uma criança com deficiência auditiva. No entanto, para ele, esse desafio é um detalhe pequeno em meio às grandes vitórias que coleciona.

O impacto da prematuridade e a importância do Novembro Roxo

Novembro é um mês de conscientização sobre a prematuridade, um tema que afeta inúmeras famílias ao redor do mundo. A Organização Mundial da Saúde estima que 10% dos nascimentos no mundo são prematuros, e os cuidados com esses pequenos heróis são intensos e desafiadores. O trabalho realizado pelas equipes do HUOP é fundamental para salvar vidas e fornecer o suporte que essas famílias tanto necessitam.

Durante o Novembro Roxo, ações de sensibilização estarão sendo realizadas no HUOP e nesta segunda-feira (11) começa o I Encontro da Prematuridade no Auditório do Hospital.

 

Assessoria de Comunicação Social

Alexsander Marques

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