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Sem agrotóxicos: dissertação revela alternativa sustentável para proteger a erva-mate

Uma dissertação defendida no último dia 25 de abril promete mudar o cenário do combate a uma das principais pragas que afetam os ervais da América do Sul. O trabalho de Eric P. Bento, do Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais (PPRN), da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste, marca um avanço significativo no controle biológico da ampola-da-erva-mate, inseto que compromete a produção da planta símbolo da cultura sul-americana.

Intitulada “Flutuação populacional e controle da ampola-da-erva-mate com o fungo entomopatogênico Beauveria bassiana Unioeste 44 em diferentes estratégias”, a pesquisa foi realizada inteiramente em uma lavoura comercial de erva-mate em Cascavel (PR).

 O estudo testou o uso do fungo Beauveria bassiana isolado Unioeste 44 como agente de controle biológico da praga, considerada uma das mais agressivas nos ervais do Brasil, Argentina e Paraguai.

O inseto forma galhas (ampolas) nas brotações da erva-mate, onde se desenvolve até a fase adulta. As plantas atacadas perdem folhas e têm seu crescimento comprometido.

Em um contexto de mudanças climáticas e práticas agrícolas inadequadas, o problema tem se intensificado. Como o uso de inseticidas químicos é proibido na cultura da erva-mate no Brasil, o controle biológico se torna uma alternativa viável e ambientalmente adequada.

A pesquisa avaliou duas estratégias de aplicação do fungo: pulverização direta e uso de dispositivos atrativos na cor amarela, que promovem a chamada “atração e infecção” dos insetos.

Os testes foram realizados entre 2023 e 2025 e os resultados foram claros: ambas as formas de aplicação reduziram significativamente a população da praga, especialmente nos meses entre novembro e janeiro. A pulverização também diminuiu a formação de galhas, principal dano causado à planta.

O estudo conclui uma série de pesquisas iniciadas ainda em 2010 e reforça o potencial do fungo “B. bassiana Unioeste 44” como base para um produto comercial. O microrganismo já está disponível para biofábricas interessadas em sua exploração, sinalizando uma nova fase no manejo sustentável da erva-mate.

 

Texto: Luis Francisco Angeli Alves com Liliane Dias 

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