Uma pesquisa realizada pelo curso de Ciências Econômicas da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Francisco Beltrão/Grupo de Pesquisa em Economia, Agricultura e Desenvolvimento, apontou um recuo no preço da cesta básica de alimentos nos três maiores municípios do Sudoeste do Paraná, no mês de agosto com relação a julho.
Os índices verificados foram: 5,20 % em Dois Vizinhos, 0,48% em Francisco Beltrão e 5,54% em Pato Branco, no mês pesquisado. O índice dos produtos ficou em R$ 653,20, Francisco Beltrão, seguida de R$ 619,13, no município de Pato Branco e R$ 618,05, em Dois Vizinhos.
Dos 13 itens pesquisados, os produtos com maior retração de preços foram: o arroz parboilizado, em Dois Vizinhos (-25,64%), em Francisco Beltrão (-25,42%), e em Pato Branco (-27,86%); o feijão do tipo preto, (-28,17%) em Dois Vizinhos, (-34,95%) em Francisco Beltrão, e (-36,82%) em Pato Branco; a batata tipo Monalisa (-59,08%) em Dois Vizinhos, (-64,85%) em Francisco Beltrão, e (-74,73%) em Pato Branco.]
O levantamento da Unioeste utiliza metodologia da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em parceria com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
Segundo o órgão, o valor do conjunto dos alimentos básicos diminuiu em 24 das 27 capitais brasileiras. Entre julho e agosto de 2025, as quedas mais importantes ocorreram em Maceió (-4,10%), Recife (-4,02%), João Pessoa (-4,00%), Natal (-3,73%), Vitória (-3,12%) e São Luís (-3,06%), com recuo de preços em produtos como: tomate, arroz, feijão, batata, açúcar, café em pó e carne bovina de primeira.
A pesquisa aponta que o salário-mínimo fixado atualmente é insuficiente para suprir o gasto com alimentação para uma família de dois adultos e duas crianças. Pelo levantamento, o mínimo deveria ter sido, em agosto, R$ 5.192,24, em Dois Vizinhos, R$ 5.487,54, em Francisco Beltrão e R$ 5.201,32, em Pato Branco.
No cenário nacional, a cesta básica mais cara, em agosto, foi a de São Paulo, R$ 840,84, cidade em que o salário-mínimo adequado deveria ter sido R$ 7.147,91, ou seja, 4,71% o mínimo bruto, hoje fixado em R$ 1.518,00.
No contexto nacional os produtos da Cesta Básica de Alimentação registraram redução na maioria das capitais. O preço do tomate diminuiu em 25 cidades, com variações entre (-26,83%), em Brasília, e (-3,13%), em Belém. Os aumentos ocorreram em Macapá (9,17%) e Palmas (2,60%).
O preço médio do arroz agulhinha ficou menor em 25 das 27 cidades pesquisadas, com destaque para Macapá (-8,78%) e Florianópolis (-5,79%.). Já no Sudoeste paranaense o preço arroz tipo parboilizado diminuiu em Pato Branco (-0,92%) mas, aumentou em Francisco Beltrão de (2,95%) e Dois Vizinhos (5,29%).
O preço médio do feijão do tipo preto, apresentou queda de em todas as capitais, das quais se destacam o Rio de Janeiro (-6,99%) e Vitória (-3,61%). No Sudoeste do Paraná, a queda foi observada em Dois Vizinhos (-13,45%).
Preços médios
O preço médio do quilo de açúcar apresentou retração em 22 das 27 capitais pesquisadas. As principais reduções foram registradas em Manaus (-5,84%) e Cuiabá (-5,19%).
O preço médio do quilo do café em pó apresentou redução em 24 das 27 capitais pesquisadas. As variações mais expressivas ocorreram em Brasília (-5,50%) e Belo Horizonte (-4,75%). As altas foram observadas em Teresina (0,34%) e Fortaleza (0,14%).
Nas cidades do Sudoeste do Paraná, a queda nos preços médios foi de (-11,40%) em Dois Vizinhos, (-3,50%) em Francisco Beltrão e (-0,31%) em Pato Branco. “Mesmo com a colheita abaixo do que se esperava, os preços no varejo foram menores”, segundo o Dieese.
Já o preço médio da carne bovina diminuiu em 18 capitais, com percentuais entre (-3,87%), em Vitória, e (-0,12%), em Florianópolis. As altas mais significativas foram registradas em oito cidades, com destaque para Rio Branco (2,26%) e Campo Grande (2,11%).
Mara Vitorino.