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Dia Mundial dos cuidados Paliativos reforça importância da dignidade e qualidade no atendimento

    Neste sábado, 11 de outubro, é celebrado o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, uma data que chama atenção para a importância do cuidado integral e humanizado aos pacientes com doenças graves e suas famílias.

Os cuidados paliativos  são ações que priorizam o bem-estar e qualidade de vida de pessoas e seus familiares que convivem com uma doença grave que limita ou ameaça a vida. Podem ser aplicados em qualquer fase de uma doença grave, independentemente da idade da pessoa ou do estágio da condição, sempre respeitando as necessidades e desejos do indivíduo.

    Segundo a médica paliativista Eduarda C. Pinguello, “Trata-se de uma boa notícia após uma má notícia. O objetivo é preservar a vida com dignidade, oferecendo alívio do sofrimento físico, emocional, social e espiritual.”

Ela reforça que “Cuidados Paliativos não são sentença ou diagnóstico de morte, e sim um direito para viver melhor, independente do prognóstico”, e podem ser iniciados desde o diagnóstico de doenças graves, como câncer avançado, doenças neurodegenerativas, insuficiências cardíaca, hepática ou renal, ou outras condições debilitantes que ameaçam a continuidade da vida.

   Um equívoco comum é associar cuidados paliativos apenas à fase final da vida.

Na verdade, eles acompanham o paciente ao longo de toda a trajetória da doença, em paralelo a tratamentos que podem modificar seu curso. O cuidado de fim de vida está incluído nos paliativos, mas é apenas uma parte dessa abordagem, que busca suporte integral para paciente e familiares em todos os momentos.

   No Brasil, o acesso a cuidados paliativos vem avançando, com esforços voltados à criação de equipes multiprofissionais. A formação de mais profissionais especializados é essencial para ampliar a cobertura e oferecer um cuidado humanizado, integral e de qualidade a pacientes com doenças graves e suas famílias. Segundo a Dra. Eduarda Pinguello, “A população precisa conhecer seus direitos e desmistificar essa prática para lutar pela ampliação dos serviços.” Além disso, muitas unidades de saúde ainda enfrentam dificuldade no fornecimento de medicamentos essenciais, como analgésicos e opioides, fundamentais para o controle de sintomas.

    O trabalho de uma equipe multiprofissional é essencial para garantir um cuidado integral. A psicóloga Sheila Taba explica que “O paciente precisa ser visto em sua totalidade. Cada olhar soma na assistência integral.” No HUOP, a equipe de Cuidados Paliativos inclui médicos, psicólogos, assistentes sociais, capelão, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e farmacêuticos, atuando de forma conjunta para identificar necessidades, avaliar sintomas e oferecer intervenções direcionadas, tanto físicas quanto emocionais e sociais. Ela reforça a importância da comunicação empática: “Mais do que técnica, precisamos de gentileza como bússola. Isso é essencial para lidar com diagnósticos e situações de dor profunda.”

   Os impactos dos cuidados paliativos vão além do alívio de sintomas. A médica Rafaela Arneiro Gonçalves Caron destaca que essa abordagem melhora a qualidade de vida do paciente, preserva sua autonomia, reduz a sobrecarga familiar e fortalece vínculos. “Além de melhorar a qualidade de vida, eles reduzem a sobrecarga familiar, oferecem apoio ao luto e fortalecem vínculos”, explica. Rafaela também reforça que os cuidados paliativos devem ser indicados em qualquer paciente com doenças graves e incuráveis, incluindo câncer em estágio avançado, Alzheimer, ELA, Parkinson, cirrose, insuficiências cardíacas ou pulmonares, entre outras condições.

    A integração entre medicina e psicologia é fundamental para oferecer assistência completa. Sheila Taba afirma: “É na profundidade da situação, no limiar da vida, que medicina e psicologia se encontram para oferecer diagnóstico e sustentação emocional. É assim que garantimos dignidade até o fim.” Esse olhar integrado permite que pacientes e familiares recebam orientação, suporte e acompanhamento contínuo, enfrentando a doença com menos sofrimento e mais compreensão do processo.

    Neste Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, a mensagem dos profissionais é clara: esses cuidados são um direito humano básico. Como reforça a Dra. Rafaela, “Cuidados Paliativos não significa desistir, mas sim reconhecer que cada vida merece dignidade, respeito e compaixão em todas as suas etapas.” A data é uma oportunidade para reforçar a importância da desmistificação dessa prática, ampliar a informação sobre os direitos dos pacientes e fortalecer a implementação de políticas públicas que garantam acesso a cuidados paliativos de qualidade em todo o país.

Texto: Maria Klok

Supervisão: Thiago Leandro

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